segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Morando no mundo


Resolvi morar no mundo. O mundo é meu, é nosso. Ninguém manda nessa bagaça. Ninguém é dono de nada. Tu não manda em terra alguma, sinsinhô! As invenções são sempre a partir deste lugar que era vazio. Se do vazio tudo se criou, quem criou o tudo é dono do vazio. Logo, o tudo deste mundo já tinha dono, que não sou eu, nem tu, nem vós: imigrantes, poetas, trambiqueiros e biscates. Vou morar no mundo, se não for nas terras deste lugar, que seja no intransponível horizonte do pensar, o meu não-lugar.