sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Pilar moral da sociedade já foi quenga!"





Dona Doroteia, interpretada pela atriz Laura Cardoso no seriado "Gabriela", se acha e adora ser reconhecida como "o pilar moral da sociedade de Ilhéus". Como toda ficção tem lá seus fundos de verdade, este enredo não poderia ser diferente.

No compasso dos capítulos, esta que adora impor suas moralidades e expor as pessoas ao ridículo acabou sendo desmascarada. Abriu a boca por demais e se envenenou ao morder a própria língua. Não bastasse, dona Doroteia queria expulsar da sociedade local as pessoas que, a seu ver, não eram dignas de estarem ali. Diante disso, fixou-se o seu bordão: "é tudo quenga!"

Nessa mesma sociedade contemporânea, na realidade que nos envolve, fazemos parte de um círculo de pessoas entre as quais sempre aparece um atirador de pedras julgando-se apto e superior aos demais, assumindo assim o papel de sentenciador. Esses falsos moralistas agem como se a eles fosse dado em mãos pelo próprio Deus a tarefa de condenar aqueles que não seguem fielmente as condutas social, moral, religiosa, etc.

Em suma, implicância mesquinha de "doroteias e doroteios" que não se contêm em cuidar apenas da própria vida. Atiradores de pedras, tal qual aqueles que queriam apedrejar a prostituta... O Mestre dos Mestres então interviu a favor da excluída: "Quem não tem pecado que atire a primeira pedra!"

Doroteia, a personagem de "Gabriela", foi quenga, tal qual exposto no seriado e, mesmo assim, fazia questão de julgar, criticar, agredir, apedrejar, sentenciar quem não andasse conforme a conduta que ela achava correta. Vivemos numa sociedade cercada desse mal em que hipócritas e falsários acendem uma vela pra Deus e outra pro diabo. Tomemos o cuidado para não sentenciar a outrem e esquecer do passado que nos assola, assombra e persegue tal qual o veneno destilado pela língua.

Qualquer semelhança com a realidade não é apenas uma mera coincidência... é realidade! Quem não tem teto de vidro... que atire!...