terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Há momentos...



Há momentos em mim
Que penso não existir nada à volta
Momentos insanos, levianos
Em que o Sagrado se perfaz
E o profano se desfaz


Há momentos em mim
Que queria não enxergar detalhes
Queria mesmo era me enxergar pelo lado de fora
Sair de mim, assim...
Relaxar e voltar, por fim


Há momentos em mim
Que sou o sentenciador de meus atos
Noutras o réu, inocente ou culpado
Ferido e cansado
Onde o meu eu fica de lado


Há momentos em mim
Que quero enxergar através de outros olhos
Consagrados, verdadeiros
Que somente O ressuscitado
Os têm, tão purificados


Há momentos em mim
Que queria tirar a dor de quem sofre
Despojar-me do que aparenta fragância 
Mas exala podridão
E socorrer os pobres de coração


Há momentos em mim
Que assim não quero falar
Peço a intervenção Divina
Que assim se perfaça
E que me conceda as Suas Graças


Há momentos em mim
Que, sonhador-lutador
Que, discípulo-professor
Que, derrotado mas não acabado
Sempre, me entrego como vencedor


Há momentos em mim
Que vejo um colo tão branco
Uma mão a me acariciar
Luzes a me clarear
E uma voz a me ninar


Momentos no tempo
No tempo, divinos
Divinos eternizados
Momentos sagrados
De uma vida,
Sentida
Vivida