segunda-feira, 20 de junho de 2016

A morte como um fim não-trágico


Fim.
É para onde segue o caminhar.
Começamos a morrer desde o primeiro dia de vida.
Data incerta, longínqua talvez.
Encarar a morte não é abrir mão da vida.
Não é sentar-se e esperar pelo golpe final, o último suspiro.
É apenas ter consciência de que um dia partiremos.
E "morrer desde o primeiro dia de vida" não sugere desfeitos.
Não é abrir mão da sensatez, das boas relações e da própria vida.
O trágico seria não viver bem e então a morte seria sentença ou uma libertação.
O trágico da morte seria um fim antecipado, causado por uma escolha mal feita.
O trágico da morte seria perder as chances e oportunidades, quando a vida lhe é tirada a força.
O trágico da morte seria perder a vida sem ter morrido...
Pensar a morte já não assusta tanto.
Que seja leve.
Talvez o porvir, senão pela óptica da fé para sustentar a esperança, é que causa questionamento e medo.
Acreditamos em alguma coisa. 
Nos apegamos a essas gotas de esperança que precedem a nossa existência.
Caminhamos para um fim, uma passagem que nos levará de volta...
Teses?
Não!
Pensamentos livres e desprovidos da necessidade doutoral e medieval.
De tudo, quero estar apenas certo de que vivi a vida em vida...