O
silêncio que precede...
A
nota
É
crucial, desesperador
Infernal,
ostentador
É
dele que brota
A
entrada e o desfecho
Os
arranjos e os arpejos
E
aos ouvidos vem a alegria
Nas
doces e suaves melodias
Dai-me
o silêncio de cada dia...
O
silêncio que precede...
A
dor
É
o impasse e o embalo
É
o entrave e o gargalo
É
o espinho da flor
Necessário
quanto suave
Inquietantemente
grave
Que
eternamente perdura
Entre
saudade, tristeza e amargura
Dai-me
o silêncio da noite escura
Dai-me
os silêncios
Os
inocentes, os displicentes, os exigentes
Os
destemperados, os mal-educados, os desesperados
Dai-me
logo esta sentença, este presente
Só
assim neste meu mundo
Tão
imundo da sociedade
Entre
notas e dores
Vou
plantando tempo e colhendo flores
E
sobrevivendo além das margens
Com
esperança e coragem...