segunda-feira, 6 de junho de 2016

Se não há libertação não há salvação


Existe um ápice em que cada pessoa almeja um dia atingi-lo. É uma meta individual. E depois deste, outros virão. Novas dúvidas, novos questionamentos, novas metas, novos horizontes. Porque a vida é feita de conquistas. A maioria das pessoas pensa assim, almejam apenas as materiais. Alguns, que velejam na contramão, optam por conquistas nem tão terrenas assim, reservando-se ao glamour libertário de novos pensamentos apenas.

E o que a liberdade do pensar traz nem sempre está de acordo com as regras sociais, políticas e principalmente religiosas. Ousar pensar por si só, sem a tutela das santas hierarquias religiosas, é um risco grave que atenta contra as dezenas de regras institucionalizadas, estas que visam manter a ordem (ou as pessoas em seu devido cabresto), com enormes possibilidades de excomunhão e passagem direta para o inferno eterno.

Não que as igrejas e religiões são extremamente fontes alienantes, mas longe de serem o único caminho de salvação. Céu e inferno, salvação e condenação, eis as dúvidas que mais afligem os fieis. Toda a promessa e garantia de vida eterna é arquitetada em cima de pensamentos de grandes pensadores e doutores de nossa história. A mensagem deixada por Jesus pode ser resumida numa única palavra: amor. O resto é invenção humana.

E por falar em invenção humana todas as regras religiosas o são, principalmente quando deturpam o legado de "amor" deixado por Jesus e experienciado por grandes nomes da história mundial que lutaram pela dignidade humana com caridade e evidenciaram esforços para uma vida em igualdade. Para quem não segue as ordens à risca, já se auto-condenou. Não seria então, tais regras, apenas um mecanismo para manter os fieis sobre sua custódia religiosa e jurisdição espiritual, uma vez que, sendo a igreja detentora da salvação, fora dela a condenação estaria automaticamente imputada?

Se não há libertação não há salvação, eis um grande princípio que não se discute, tampouco se pratica. E o que as instituições e seitas religiosas fazem, em sua maioria, são manipular as mensagens e incutir um medo desmedido sobre os seus fieis. O medo gera o respeito e dá crédito à instituição. Enquanto houver quem tenha voz capaz de alienar as pessoas em nome de uma denominação, a verdadeira mensagem de salvação estará deturpada. E tenha consciência: isso não é pratica de "amor".