sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Asas podadas renascem

Quis o destino lutar contra o tempo
Rasgou o limite do céu e secou o mar
Invadiu à espreita o sagrado do meu sertão
Fechou a cortina da janela de minh'alma
Cortou-me as asas e roubou-me o sonho
Sequestrou de mim, sem cautela, o vento
Para que o meu amor eu não pudesse alcançar
Enterrou minhas próprias lágrimas no ar
E na terra sangrou minha alma
Asfixiou os meus planos
E carregou minhas asas para longe
As asas do meu anjo por quem lateja o coração
Mas para onde quer que elas voem
Voltarão um dia para me buscar
Afinal, anjos não voam só
E o destino já fadado em seu próprio inferno
Não sobreviverá o suficiente para intervir no tempo
Asas podadas renascem e se abraçam para o voo eterno