terça-feira, 16 de agosto de 2016

E de que vale tudo?

E de que vale a labuta
Pela insana sobrevivência
Se nada foi como contaram?
E pra que serve tanta luta
Pra manter as aparências
Se nada foi como escreveram?

E de que vale o mundo
Afundado em almas apodrecidas
Da espécie mais pobre de ser?
E pra que mergulhar no profundo
Se é a superficialidade da vida
Que impõe o matar ou morrer?

E de que vale a vida
Se é a morte quem espera
Pra saciar a divina vaidade?
E pra que tanta partida
Se viver é uma quimera
A sonhar com a eternidade?

E de que vale tudo
Se na real não somos nada
Pois morremos ao nascer?
E pra que tanto escudo
Que protege a hipocrisia velada
Enquanto a massa apenas luta pra sobreviver?