segunda-feira, 11 de julho de 2016

Felicidade para além das regras


Após pensar e escrever sobre o texto anterior, "Relações de antigamente: de essências ou de aparências?", fruto de algumas ocorrências recentes, fiquei sensivelmente tocado a comentar sobre os fatos que comprovam a "Felicidade para além das regras" sob a óptica verídica das pessoas que deram certo em sua segunda, terceira ou décima relação. 

Aos olhos sociais, aqueles que notoriamente também estão sensivelmente atentos a tudo o que acontece na rai soçaite (high society = alta sociedade), ou pra ser mais exato, estão atentos na vida alheia mesmo, uma segunda relação de união não atende aos padrões morais e religiosos pré impostos desde sempre. 

A igreja destina um espaço aos chamados "casais de segunda união". Fazem parte de "quase" tudo o que a santa regra institucional, milimetricamente dogmática, lhes permite. Corrigindo: fazem parte de "quase" nada mesmo! Quase sempre não são bem vistos. Sobram-lhes o serviço mais discreto, braçal por exemplo. Sentar-se à mesa não pode! É uma falsa inclusão, num local que se diz acolhedor, junto à uma comunidade que acredita obter a salvação mantendo-se sob as asas das leis que Deus mandou. E Ele mandou mesmo??? Bem, isso é outra história e já não cabe aqui.

É preciso força para enfrentar as pedras jogadas através dos olhares das pessoas que estão aprisionadas numa relação de aparência e não tem coragem para romper com as regras. A essas cabe-lhes tão somente o altar da crítica à quem ousou ser feliz a seguir os mandamentos e viver na amargura eterna. Muitas relações de vitrine carregam as marcas da infelicidade, do desrespeito e da falta total de amor. Ainda assim, manter-se neste reduto parece-lhes o mais viável.

As destemidas pessoas que investiram o tempo e a dedicação no amor real, desvencilharam-se das amarras ousando deixar uma relação de aparência e, no tempo oportuno, atreveram-se viver numa de essência, merecem tanto respeito quanto quem não quer sair da caverna. O amor está no ar, na livre escolha, com liberdade e autenticidade. Escolhas mal feitas resultam quase sempre em fracasso. Errar faz parte, mas permanecer na escolha errada ninguém merece. Não existe maior condenação do que a infelicidade. Portanto, para isso, é preciso encontrar-se, mesmo que isso signifique romper com o politicamente correto, pois manter-se tutelado sob a pseudo moral é hipocrisia.