sábado, 21 de maio de 2011

Mulheres de fibra

"Tudo está tranqüilo
desde que ninguém invada o seu espaço,
ocupe o seu lugar e toque no que considera propriedade sua.
Dentro das oportunidades de presenciar, ouvir e participar de fatos do tipo
eis agora as considerações ...
Na terra do nunca (lugar de Peter Pan – desenho infantil),
onde tudo é permitido fazer para se alcançar fortes emoções e aventuras,
o ser humano sai em busca ou acaba cedendo as tantas tentações.
Ciente de que nada lhe acontecerá de mau
nas aventuras escolhidas, tudo será normal,
arrisca-se em terras proibidas ...
Só não contava que o que considerava propriedade sua
no caso, a verdadeira companheira, que deixou em casa
aquela que o ajudou a constituir sua família,
um dia se veria livre de suas correntes,
um dia caminharia, mesmo só,
pela mesma calçada, que outrora andaram juntos
E hoje, com a alegria da liberdade imposta,
quem mais perdeu, foi quem se aventurou,
foi quem não se dispôs a inovar,
foi quem sucumbiu as paredes do lar,
foi quem não valorizou o outro.
As lágrimas que hoje te escorrem pela face
são pura e simplesmente, pela perda de sua propriedade,
Aquela que não tinha voz diante de tua falta de verdade,
Está de pé, mantendo forte e reerguendo o que ficou em ruínas.
A felicidade dela é o que te aflige
Pois essa felicidade, é o sinal de que não há mais nada
que a prende ao passado de dor e lágrimas que você cultivou.
Mulheres de fibras são assim
Doces, suaves, flores ou
Fortes, destemidas, feras
Ao dar-se conta que os teus caminhos é que te levaram a este ponto
realmente a dor fica pior.
Não é desdenho, nem desejo maldito que se afunde na lama,
é apenas a realidade nua e crua de quem trilha as aventuras do mundo.
Aquelas que sobreviveram e se libertaram
que sejam exaltadas e agraciadas, sirvam de exemplo
Aquelas que ainda não encontraram a sua chave para a liberdade
apenas lembrem-se que
Deus não apóia nenhum tipo de sofrimento”


“Homenagem às tantas mulheres,
Mães, irmãs, amigas,
As “Marias” que se fortificaram,
Sobreviveram, se libertaram,
Diante de cada sofrimento imposto”

Ailton Domingues de Oliveira